Representantes de indústrias catarinenses foram orientados por técnicos do Ibama sobre como preencher o cadastro técnico federal. Este registro é obrigatório a todas as empresas que realizam atividades sujeitas a controle ambiental. Sem o cadastro, as companhias não conseguem emitir o certificado de regularidade, exigido por alguns bancos para a liberação de crédito. Alguns setores do governo federal também já estão cobrando o certificado para empresas que queiram participar de licitação.
O assunto foi tema de reunião da Câmara de Qualidade Ambiental da Federação das Indústrias de Santa Catarina (FIESC), realizada na segunda-feira (15), em Florianópolis. O presidente da Associação Catarinense de Empresas de Floresta (ACR), Pitágoras Oliveira, apresentou estudo que mostra que é possível utilizar os resíduos do setor de celulose e papel na construção civil e também para adubar florestas plantadas. Para tornar essa alternativa viável é necessária a criação de lei específica que regulamente a atividade.
A coordenadora institucional da Associação de Preservação do Meio Ambiente e da Vida (Apremavi), Miriam Prochnow, realizou palestra sobre os desafios ambientais do século 21 e destacou que a mata atlântica é o segundo bioma mais ameaçado de extinção do mundo. Estudos mostram que 70% da população brasileira usa água que nasce na mata atlântica e 100% da população catarinense está na mata atlântica. Ela destacou ainda que as mudanças climáticas afetam cada vez mais a população. Como exemplo, citou as enchentes que afetaram Santa Catarina nos últimos anos e as temperaturas mais elevadas registradas neste inverno.
Durante palestra, Miriam lembrou que pela primeira vez na história da humanidade o planeta Terra registrou 400 partes por milhão de dióxido (400 ppm) de carbono. Essa marca foi alcançada em maio deste ano. Isso significa que a temperatura média do planeta pode subir de 2 a 6 graus centígrados até o final deste século. "Existe uma campanha mundial para reduzir esse número. Vamos ter que fazer muitas ações para mitigar as mudanças climáticas. Talvez esta seja a nossa maior crise", afirmou.
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